sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Dilma só deve subir em palanques em que base estiver unida

A presidente da República já deu, no fim de 2011, uma pista de como pretende se comportar até as eleições municipais de outubro. Mas líderes dos partidos que integram a coalizão governista gostariam de ter Dilma Rousseff em seus palanques e esperam um novo sinal do Palácio do Planalto para saber qual será a participação da presidente na campanha e o que o governo fará para evitar que as presenças dela e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva provoquem atritos entre as legendas da base.
O PMDB gostaria de ver a situação esclarecida numa conversa "franca e aberta" entre o vice-presidente Michel Temer, Dilma e Lula. O pacto definiria também os limites de atuação de Temer, presidente licenciado do PMDB.

No fim do ano passado, durante entrevista concedida em Porto Alegre, a própria presidente antecipou-se e tocou no assunto. Perguntada se já tinha um candidato a prefeito na cidade, disse que está "cada vez mais inclinada a não participar de eleições" nos casos em que os partidos que integram a base que garante sustentação ao governo no Congresso Nacional estiverem divididos. Parlamentares governistas apoiam a ideia de que ela se ausente dos palanques, sobretudo no primeiro turno.

"Essa é uma preocupação de todos", reconheceu um dirigente do PMDB. "O ideal é ela [Dilma] se poupar para o segundo turno, para o momento decisivo."

Segundo o secretário-geral do PDT, Manoel Dias, o assunto ainda não foi tratado com os articuladores políticos do Palácio do Planalto e do PT. Mesmo assim, Dias concorda com a receita defendida por pemedebistas e pela própria Dilma. "Nos palanques em que os partidos da base não estiverem reunidos, ela não deve se manifestar. Acho que essa é a melhor forma", ponderou.

Por outro lado, nas praças em que a base estiver unida, a pressão será forte para que Dilma ajude a impulsionar a campanha do candidato aliado. Se a grande maioria dos partidos governistas integrar a chapa a ser encabeçada pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB), o Rio de Janeiro poderá ser um desses locais. Por enquanto, porém, o PR do deputado Anthony Garotinho negocia uma aliança com o DEM de Cesar e Rodrigo Maia.

Goiânia é outro exemplo. Apesar de PP, PCdoB e PTB cogitarem voos solos, PMDB e PT já fecharam um acordo em favor da candidatura do petista Paulo Garcia à reeleição. Garcia era vice do ex-prefeito Iris Rezende, que renunciou para disputar o governo de Goiás em 2010 e perdeu a eleição.

São Paulo, por sua vez, é citado por petistas e aliados como um dos municípios em que Dilma dificilmente desembarcará durante o primeiro turno da campanha eleitoral. O PMDB até agora não abre mão de lançar a candidatura do deputado Gabriel Chalita, e o PDT do deputado Paulo Pereira da Silva e o PCdoB, que tem em suas fileiras o vereador Netinho de Paula, também estudam a possibilidade de entrar na disputa. Em Porto Alegre, onde Dilma construiu sua carreira na administração pública, a base aliada também não chegou ainda a um entendimento.

Líderes dos partidos aliados, porém, dão como certa a participação do ex-presidente Lula na campanha da capital paulista e de outras grandes cidades, a favor do PT. O ex-presidente teve papel ativo na construção da candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad, e o PT considera fundamental retomar o poder na maior cidade do país.

Com Valor Econômico

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