terça-feira, 20 de março de 2012

Agnelo desabafa: “Queriam me emparedar”

No dia 1º de janeiro de 2011, dia da posse da presidente Dilma Rousseff, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz teve uma conversa reservada com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem mantém até hoje uma relação de fraterna amizade. “De todos os novos governadores, você é o que vai encarar a missão mais difícil”, anteviu Lula. Decorridos quase 15 meses de governo, Agnelo dá razão ao amigo. “Eu sabia que seria difícil, mas nunca imaginava que seria alvo de tantos ataques”, disse ele ao 247. Numa longa entrevista exclusiva, em que falou por mais de duas horas, Agnelo Queiroz abordou vários problemas do GDF, como a precária situação dos transportes e da saúde, bem como o caos administrativo que encontrou após a crise deflagrada pela Operação Caixa de Pandora (leia mais no Brasília 247). Mas a conversa também ganhou um tom de desabafo. “Nós enfrentamos aqui interesses muito poderosos”, disse ele. “Alguns achavam que eram donos de Brasília e tratavam o Distrito Federal como uma capitania hereditária”. Como exemplo, o governador cita a licitação para renovação dos ônibus. Em Brasília, desde sempre há um duopólio entre as famílias Canhedo e Constantino. Uma se tornou dona da Vasp, que depois faliu, e outra controla a Gol. Ou seja: a capital federal é a única cidade do mundo em que empresas de ônibus ruins dão origem a companhias de aviação. “Decidimos enfrentar um problema que os antecessores ignoravam”, diz ele. No edital de licitação que já está na rua, a rede de transportes públicos foi dividida em cinco bacias. “Nenhuma empresa aqui poderá ter mais que 20% do serviço de ônibus”.

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