Aliança de governistas rebelados com oposição para a Câmara e impede a votação Lei da Copa

Aconteceu de novo, e provavalmente continuará acontecendo até que o governo resolva suas diferenças com a própria base no Congresso Nacional. No momento, é a votação do novo Código Florestal que paralisa as votações e adiou, mais uma vez, a apreciação do projeto da Lei Geral da Copa, eleito como prioridade pelo governo Dilma Rousseff e encomendado ao novo líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), para esta semana. Pelo jeito, a relação com a base não vai tão boa quanto o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, imagina.

O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), aproveitou o ensejo para tripudiar do Palácio do Planalto e de “seu método de cooptar parlamentares e partidos com base no fisiologismo”. “A derrota vergonhosa na tentativa de empurrar goela abaixo do Congresso a Lei Geral da Copa é uma demonstração clara disso”, disse, destacando que até o PMDB, do vice-presidente Michel Temer, entrou em obstrução para impedir a votação da Lei Geral da Copa.

O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), chegou a colocar o projeto em análise, mas parlamentares da base aliada do governo, como PMDB e PSD, obstruíram a votação. A bancada ruralista, que possui representantes nos mais diversos partidos, impõe como condição para a apreciação da Lei Geral da Copa o agendamento de uma data para a votação do novo Código Florestal.

Líder do PMDB, o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) justificou o adiamento como forma de evitar uma derrota ainda maior para o governo. “Estamos evitando que se vote hoje para resolver a contaminação por outros temas. Se votássemos, talvez não tivéssemos votos suficientes para aprovar o mérito do projeto. Os líderes não estão conseguindo segurar suas bancadas”, disse.

“Hoje foi um dia que nós, da oposição, nos tornamos maioria com a ajuda do próprio governo”, brincou Rubens Bueno. Para ele, se a arrogância do Planalto não cessar, a presidente Dilma terá sérias dificuldades para gerir o governo.